terça-feira, 26 de outubro de 2010

Uma amostra das populações

Oct 26th 2010, 15:10 by The Economist online

The usual suspects

Public-sector corruption remains a cause for concern

WITH scores of 9.3 out of 10, Denmark, New Zealand and Singapore are the world's least corrupt countries, according to a new index from Transparency International, an anti-corruption watchdog. At the other end of the table, Somalia ranks bottom with a score of 1.1, ahead of Afghanistan and Myanmar. Worryingly, Brazil, Russia, India and China—the BRICs currently considered the global engine for economic growth—all score less than 4. The 178-country index is based on 13 surveys of experts and business people. These surveys are not standardised and the overall methodology changes from year to year, making it difficult to say whether a country has indeed done better or worse if its score alters. Still, Transparency International has identified 16 countries which showed improvements or declines since last year. Notable among these is America, which dropped from 7.5 (19th place) to 7.1 (22nd place). As in most developed countries, the issue is not bribery, but a lessening of political transparency (for instance in campaign finance) and regulatory oversight.





Os representantes são sempre uma amostra da população geral. Não aguento pessoas falando que o país está assim por causa dos políticos, que não tem desenvolvimento porque eles roubam, etc... Sim, é verdade, há muito corrupção como se pode ver no gráfico acima, mas a falta de ética não é só na política, talvez lá esteja apenas mais visível. Talvez o indivíduo que ultrapasse pelo acostamento não roube R$ 1 milhão apenas porque não tem oportunidade, talvez quem falsifique carteirinha de estudante não faça tráfico de influência porque não tem influência, talvez quem financia o tráfico não dê emprego para a família toda porque não tem chance para isso...

Acha que o problema é sempre a conduta dos outros? A mão na sua cara


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Observação sobre o Post da Resenha....

No post sobre o livro "Guia do Politicamente Incorreto da História do Brasil" coloquei uma observação no final "prefere acreditar nas historinhas de super heróis? A mão na sua cara". Pois então, ai segue uma reportagem sobre um exemplo de super herói criado.


Não vou entrar no mérito se ele foi ou não "o melhor jogador de todos os tempos", mas sim a supervalorização que se faz dele, o Pelé. Mas pensando bem pode ser o Edson, porque o Edson é que ganha o dinheiro, não o Pelé. O Pelé foi o jogador, o Edson é o manager... E por ai vai nessa ladainha que ele adora ficar repetindo.

Não gosto de reis, de melhor de todos os tempos e outros títulos que dão a atletas. Quando se faz isso acaba por assumir que TODOS que virão depois serão piores, e isso não é nem um pouco sensato.

Supervaloriza o Edson? A mão na sua cara!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Livros de Administração

Outro dia escutei uma conversa no elevador que me fez lembrar de alguns livros sobre administração que fui obrigado a ler. Então resolvi escrever um post sobre as besteiras dos livros de administração. Mas para o post não ficar longo vou escrever em duas partes. Neste primeiro o objetivo é assoprar, fazer um carinho... para depois bater. Vou assoprar com o livro "Origin of Wealth: Evolution, Complexity, and the Radical Remaking of Economics", do Eric D. Beinhocker.

O autor fala de algo mais real e, ao contrário da maior parte dos autores, ele não tenta vender a ideia de que se você fizer um planejamento estratégico, traçar metas e trabalhar duro vai alcançar o paraíso. Muito pelo contrário. Não existe paraíso (será que precisava escrever isso???). O mercado é dinâmico (será que precisava escrever isso???[2]) e você tem que, na comparação do autor, correr e correr para continuar no mesmo lugar. O único benefício é não ser passado para trás. Ele usa estudos e dados para ilustrar o argumento e não fica naqueles conceitos de planejamento perfeito que mais parecem de livro de auto-ajuda.

Falo isso porque muitos autores (dos que li) vendem o Planejamento Estratégico como alguma coisa perfeita. Você tem que traçar um plano, com objetivos, indicadores ("porque o que não é mensurável não é administrável", não é esse o jargão?) e planos de ação. Além disso, trabalhar para executar o plano. Mas isso é pura besteira. Sempre pensei que o que tem que ser feito é manter sua agilidade, correr. Porque quando se faz um PE assume-se premissas, e por mais que elas estejam certas, o cenário planejado não irá ocorrer 100%(será que precisava escrever isso???[3]). Então mesmo que os administradores acertem o cenário e algumas premissas, a empresa terá que ter agilidade para se adaptar às premissas que saíram do cenário planejado. E quando as premissas são mal feitas nem se fala. Aí está o valor do livro, atentar para esse ponto.

Para concluir, o que me intriga nos administradores é o fato de eles irem cada vez mais na direção contrária da direção do resto das profissões. Enquanto todo mundo quer simplificar, parece que eles na ânsia de serem reconhecidos como ciência, tentam complicar as coisas simples e elaborar teorias complexas sobre elas. Se o mestre Giannetti já falava que "pensar é a arte de tornar as coisas mais simples do que são", então essa parece ser a prova de que esses administradores não andam pensando muito.

E administradores, não me levem tanto a mal, se você não tenta escrever um best-seller, "tese" ou artigo sobre um mundo perfeito, ou tenta me vender que sua empresa funciona como planejado, você não se enquadra na crítica acima. Calma.

Gosta de auto-ajuda administrativa? A mão na sua cara!

ps.: Queria pedir aos ex pupilos do Falconi para contribuir. Como vocês já saíram de lá faz tempo podem me ajudar com exemplos de livro. O ex chefe é cheio deles.

sábado, 9 de outubro de 2010

Resenha de quinta no Sábado


Ganhei esse livro de aniversário e comecei a ler sem entender muito bem do que se tratava. A princípio parecia um livro de piadas, daquelas sem muita graça. Mas o livro é muito bom e faz aquilo que eu sempre tive vontade de fazer, desmascarar meus professores de geografia e história do ensino médio. E certamente o livro vai servir de guia para meu filho mais novo antes de ele entrar para o ensino médio, para já ir blindado. Isso porque o meu filho mais velho já passou por isso, e inclusive era para estar fazendo esse post no meu lugar. Mas o menino anda rebelde....

Vamos ao livro, mas não sem antes fazer uma advertência. O escritor é jornalista, então o livro está cheio de julgamentos fáceis e conclusões precipitadas. Basta levar isso em conta que a leitura será excelente.

Cada capítulo do livro trata de um tema ou personagem brasileiro que a respectiva história foi baseada em mitos e passada a frente por várias gerações, sem que ninguém fizesse uma busca pelos fatos com maior rigor. Mas recentemente surgiram alguns pesquisadores que têm pautado seu trabalho em recontar a história com base em fatos e dados reais, e não buscando criar heróis ou fortalecer uma cultura brasileira forjada.

Aí vão alguns fatos. Uns mais interessantes do que outros:

- Os índios não viviam em harmonia completa com a natureza e muitos menos eram inocentes. Muito antes dos europeus já guerreavam entre si. Foram fundamentais na conquista do território, sem seus escravos (de outras tribos), ajuda para abrir caminho nas matas, matar inimigos e proteger os portugueses, o Brasil nunca teria sido ocupado.

- Zumbi dos palmares, tratado por uns como líder da "primeira experiência socialista brasileira", tinha escravos. E os escravos libertos que fugiam para Palmares tinham um imperador, que deveriam obedecer, o Zumbi. O próprio líder fazia investidas contra fazendas em busca de roubar os escravos, não para libertá-los, mas para trabalhar para ele. Os "livres" eram somente aqueles que chegaram lá fugidos.

- A origem da feijoada é européia. Negros e índios não tinham o costume de misturar carnes a grãos, esse era um hábito do império romano, e outras culturas européias adaptaram cada uma a sua forma. Por exemplo a paella espanhola, ou o cassoulet francês. Os portugueses fizeram a versão deles, a feijoada.

- Guerra do Paraguai. Os paraguaios eram governados por um tirano, o país era rural e pobre, e a Inglaterra não teve relação nenhuma com o início do conflito. O conflito começou por uma investida irresponsável do paraguaio contra o Brasil, e quando Argentina e Uruguai não deram apoio, Solano López, declarou guerra aos dois países também. Sua burrice não o deixou perceber que ele estava acabando com seu acesso (o Rio da Prata) aos armamentos e comida. Depois disso todo mundo já sabe. Ou não. Não morreram tantos homens como os comunas alegam, estima-se que no máximo 18% da população teve envolvimento com a guerra.

O post ta ficando longo e eu com preguiça. Então vou parar por aqui. Para quem quiser continuar a leitura aí vão os dados:

Nome: Guia politicamente incorreto da história do Brasil
Autor: Leandro Narloch
Editora: Leya

Não gostou, prefere acreditar nas historinhas de super heróis? A mão na sua cara

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Nesses tempos de eleição....

Depois de um trabalho diplomático nas Coréias, uma passagem pelo Irã para tentar salvar uma jovem moça do apedrejamento, ter escutado queixas que o blog estava abandonado, etc, etc, etc (como diria o falecido Enéias) estou de volta.

E nesses tempos de eleição os assuntos sempre são mais divertidos, ou não. Alguns mais céticos e preocupados falam muito na falta de um debate mais aprofundado por parte dos candidatos, reformas necessárias, sistema político mais sério e com compromisso, etc (ver post anterior). Mas hoje, depois de ter passado 1h20 no trânsito e ter lido algumas coisas, tirei uma conclusão diferente: talvez o cenário político não esteja tão ruim assim, ou talvez esteja até avançado. Vou explicar.

A quantidade de comunistas de buteco parece estar crescendo, ou então eu estou ficando mais paranóico. Ontem, dia de votação, tirei umas horas para "ver o que a esquerda anda pensando", como meu filho me ensinou (a gente aprende cada coisa com os jovens!!). Fui visitar nosso velho conhecido Cultura Brasileira, e vi um post interessante: "Já está decidido: o Banco Central seguirá no controle da Economia e da Política Nacional, mas... PARA QUÊ INCENDIAR FAVELAS?". Eu tentei por várias vezes entender a linha de raciocínio do sujeito, mas não dá, a mistura e as alucinações são demais. Acho que nem meu irmão, de 5 anos, conseguiria inventar uma história tão lúdica e sem sentido. Para quem quiser se divertir, vale a pena dar uma lida.

Então, pulei rapidamente para o site do PCO, logo de cara um susto. Uma foto de Leon Trotski, e uma música soviética (eu acho) de fundo, bem tenebrosa por sinal. Graças a Deus não demorei muito para achar o "Clique para entrar" e sair da introdução. Daí fui procurar algo interessante para ler. Achei um artigo no nosso (ex)candidato a presidência Rui Costa Pimenta, com seguinte título "Urna eletrônica: a fraude institucionalizada". Tirei um fragmento do texto para mostrar como a esquerda parece estar usando entorpecentes pesados:

"Pouca coisa é menos confiável do que a chamada urna eletrônica, banida em vários países. Os computadores, como qualquer adolescente que usa estas maravilhosas engenhocas que dominam a vida cotidiana e a atividade econômica há pelo menos duas décadas, são as máquinas menos confiáveis e mais manipuláveis e infiltráveis que existem."

Antes de concluir, e corra o risco do posto ficar longo demais, vou fazer uma última indicação de leitura. No Correio do Brasil, o velho Leonardo Boff “avalia os embates eleitorais entre Lula e a mídia conservadora”. Muito elucidativo.

O que concluí foi que enquanto a maior parte dos países sérios já superou o debate comunismo vs. capitalismo há pelo menos uns 20 anos, nós ainda temos pessoas que insistem em levar propostas como formação de milícias urbanas, fim da propriedade privada, morte de banqueiros, etc, para frente. Nesse sentido, é até mesmo surpreendente que tenhamos avançado tanto nas esferas política, econômica e social. Mas daí para pedir reforma tributária e previdenciária em meio a esses loucos, é exigir maturidade demais de quem ainda acredita em fadas. Por isso acho que na verdade não estamos tão mal assim, afinal carregamos um “bando de loucos”.

Se não gostou, a mão na sua cara!