segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Nesses tempos de eleição....

Depois de um trabalho diplomático nas Coréias, uma passagem pelo Irã para tentar salvar uma jovem moça do apedrejamento, ter escutado queixas que o blog estava abandonado, etc, etc, etc (como diria o falecido Enéias) estou de volta.

E nesses tempos de eleição os assuntos sempre são mais divertidos, ou não. Alguns mais céticos e preocupados falam muito na falta de um debate mais aprofundado por parte dos candidatos, reformas necessárias, sistema político mais sério e com compromisso, etc (ver post anterior). Mas hoje, depois de ter passado 1h20 no trânsito e ter lido algumas coisas, tirei uma conclusão diferente: talvez o cenário político não esteja tão ruim assim, ou talvez esteja até avançado. Vou explicar.

A quantidade de comunistas de buteco parece estar crescendo, ou então eu estou ficando mais paranóico. Ontem, dia de votação, tirei umas horas para "ver o que a esquerda anda pensando", como meu filho me ensinou (a gente aprende cada coisa com os jovens!!). Fui visitar nosso velho conhecido Cultura Brasileira, e vi um post interessante: "Já está decidido: o Banco Central seguirá no controle da Economia e da Política Nacional, mas... PARA QUÊ INCENDIAR FAVELAS?". Eu tentei por várias vezes entender a linha de raciocínio do sujeito, mas não dá, a mistura e as alucinações são demais. Acho que nem meu irmão, de 5 anos, conseguiria inventar uma história tão lúdica e sem sentido. Para quem quiser se divertir, vale a pena dar uma lida.

Então, pulei rapidamente para o site do PCO, logo de cara um susto. Uma foto de Leon Trotski, e uma música soviética (eu acho) de fundo, bem tenebrosa por sinal. Graças a Deus não demorei muito para achar o "Clique para entrar" e sair da introdução. Daí fui procurar algo interessante para ler. Achei um artigo no nosso (ex)candidato a presidência Rui Costa Pimenta, com seguinte título "Urna eletrônica: a fraude institucionalizada". Tirei um fragmento do texto para mostrar como a esquerda parece estar usando entorpecentes pesados:

"Pouca coisa é menos confiável do que a chamada urna eletrônica, banida em vários países. Os computadores, como qualquer adolescente que usa estas maravilhosas engenhocas que dominam a vida cotidiana e a atividade econômica há pelo menos duas décadas, são as máquinas menos confiáveis e mais manipuláveis e infiltráveis que existem."

Antes de concluir, e corra o risco do posto ficar longo demais, vou fazer uma última indicação de leitura. No Correio do Brasil, o velho Leonardo Boff “avalia os embates eleitorais entre Lula e a mídia conservadora”. Muito elucidativo.

O que concluí foi que enquanto a maior parte dos países sérios já superou o debate comunismo vs. capitalismo há pelo menos uns 20 anos, nós ainda temos pessoas que insistem em levar propostas como formação de milícias urbanas, fim da propriedade privada, morte de banqueiros, etc, para frente. Nesse sentido, é até mesmo surpreendente que tenhamos avançado tanto nas esferas política, econômica e social. Mas daí para pedir reforma tributária e previdenciária em meio a esses loucos, é exigir maturidade demais de quem ainda acredita em fadas. Por isso acho que na verdade não estamos tão mal assim, afinal carregamos um “bando de loucos”.

Se não gostou, a mão na sua cara!

5 comentários:

Anônimo disse...

É, o mundo anda louco mesmo.

Os banqueiros, quem diria, viraram comunistas...privatizando os lucros e socializando prejuízos...tudo em nome do risco sistemico...

Ou seria roubo institucionalizado mesmo ?

Gari disse...

Se você está falando da crise, os prejuízos seriam socializados de qualquer maneira, prefiro continuar com um sistema bancário razoavelmente eficiente, com acesso a crédito, e uma economia estável do que sair quebrando bancos simplesmente por um desejo comunista de "vingança".

Anônimo disse...

Haha
"Sair quebrando bancos" é desculpa esfarrapada, eles é que quebraram a si mesmos.

E isso não é "vingança comunista", é capitalismo puro : Se operar mal, quebrem, e que respondam pelos prejuízos causados com seu patrimonio pessoal.

Anônimo disse...

Mesmo que você tivesse falando de UM banco apenas, não seria possível "responder pelos prejuízos causados" com o patrimônio. Os bancos operam alavancados, por isso os prejuízos seriam socializados de qualquer maneira. Quando se fala do sistema financeiro inteiro então nem se fala...

Anônimo disse...

Meus caros,
Estes comentários são contra ou a favor dos governos? Sem entrar no mérito da coisa (e, infelizmente, e muito pior deixar os bancos quebrarem - mas podemos deixar os acionistas quebrarem!!!), a crítica só é válida (ou respeitável) se vier de um libertário. Se vêm de algum estatista, desculpem a cópia, mão na sua cara (este exemplo não é contra os mercados, é contra a intervenção pública nos mercados)!!!!!