segunda-feira, 31 de maio de 2010

E o Prêmio "Mão na Cara" mês de Maio vai para...

Os deputados e senadores que votaram a favor do aumento de 7,72% para aposentados e pensionistas.

Nada contra os velhinhos da Lú da Malu, mas esquecer da inviabilidade técnica de um reajuste dessa magnitude para aprovar essa medida provisória com o objetivo único e exclusivo de ganhar projeção em ano eleitoral demonstra uma falta de compromisso e amadorismo incrível com a questão da previdência e com as finanças governamentais.

Por isso a mão na cara dos deputados e senadores, em especial o "líder" sindical deputado Paulo Pereira (PDT - SP) e do líder do governo no senado Romero Jucá (PMDB - RR), principais lobistas dessa aprovação.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ajuste Fiscal e Tamanho de Governo

Meu filho recentemente me pediu para escrever um post sobre Ajuste Fiscal. Eu como um bom pai não vou recusar o pedido do filhão. Mas vou adaptar, tratar de ajuste fiscal aqui é pesado e não tenho tanta capacidade, vou escrever uma introdução sobre ajustes e gastos de governo. Vou tentar escrever com base no que eu já tinha, mas faz tempo que não leio sobre isso. Vou abordar o que é consenso, ou quase isso, na literatura sobre o assunto. Claro que ai entram conceitos válidos para a Terra, e não para o Comunista de Buteco World.

Mas primeiro faço um parágrafo para os afortunados que não fizeram economia. Ajuste Fiscal é basicamente o ajuste das contas públicas. Quando há desajuste se gasta mais do que se recebe. Assim, existem dois tipos de ajustes fiscais, os pela receita e os pela despesa. Pela receita, como o nome diz, é quando o governo aumenta a receita, vulga carga tributária. Pela mesma lógica, o ajuste pela despesa inclui o corte de despesas do governo.

Voltando aos consensos na literatura:

1) Os gastos dos governos no mundo inteiro vem aumento, e esse aumento é em termos percentuais. Tanzi e Shuknecht (2000) mostram que, em média, os gastos governamentais passaram de 22% do PIB nos anos 60 para 54% na virada do século. Isso implicou na necessidade de alguns ajustes pesados, como o da Irlanda na década de 80, se não me engano. Por sinal um caso de ajuste de sucesso.

2) Mas por que os gastos vem aumentando? Porque o governo gasta mal e muitas vezes pela própria essência do gasto público. Muller em seu livro, Public Choice II (2002), levanta diversas razões, entre elas a de que o governo atua para corrigir falhas de mercado, então atua em áreas onde os mercados não atuam, menos atrativas. São exemplos: saneamento e obras de infra-estrutura.

3) Uma vez que os gastos aumentam e muitas vezes as receitas não aumentam na mesma proporção, então há a necessidade de um ajuste. O problema passa ser qual ajuste realizar. O aumento das receitas ou o corte de despesas. Alesina e Perotti (1995,1997) obtêm evidências de que os ajustes fiscais têm maior probabilidade de serem bem sucedidos quando a melhora orçamentária é obtida cortando-se os gastos, especialmente os salários públicos e os benefícios previdenciários.

4) Além disso, José Tavares (2003) mostra que quando o governo possui tendências de esquerda, como no Brasil, não importa o partido, os cortes de despesas tem ainda mais chances de serem bem sucedidos. Uma vez que esses governos tendem a aumentar gastos, quando há um corte, é melhor aceito, pois é uma sinalização de que o ajuste foi realmente necessário. Caso contrário o aumento dos gastos teria continuado.

Claro que o assunto é muito mais complexo do que isso, e tem abordagens que não tratei aqui. Como a conseqüência ruim de aumento de impostos em termos de eficiência econômica, o “conto da carochinha da equivalência ricardiana”, os gastos “bons” e os gastos “ruins”, entre outros. Quem quiser tenho uma bibliografia inteira sobre isso. Apesar de ter certeza que ninguém vai querer, eu mesmo não agüentei.

Mas o importante mesmo é que o Mundo está vendo que o modelo de gastança não é bem sucedido. A Europa, com seu Estado de Bem Estar, está com dívidas colossais e todos falam em cortar gastos. Mas num longínquo país, um da marolinha, os deputados decidem acabar com o fator previdenciário e dar um reajuste de 7% aos aposentados. O fator previdenciário foi responsável por uma queda forte na tendência de alta do déficit da previdência, sem ele a coisa estaria muito pior (figura abaixo). Mas afinal, de que isso importa, temos o pré-sal, que ninguém sabe como furar, mas está lá.

Para ilustrar, adaptei do 2º pai da Lu, o Bernardo, uma ilustração do que seria o déficit da previdência sem o fator previdenciário. As projeções originais vão até 2021, mas fiz um corte para 2016, ano das Olimpíadas na cidade maravilhosa.

O Brasil está crescendo, e tem que decidir se vai investir na aposentadoria dos velhinhos ou na educação das criancinhas (tentei parecer um jornalista). Tem que decidir se gasta mais ou poupa. Tem que decidir se quer esquerdismo que apóia o Irã ou um governo descente.

Se você ficou com as primeiras opções, a mão na sua cara! E viva o mestre William...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Modos de Macho e Modinhas de Fêmeas*

Sempre achei interessantes os comentários futebolísticos que o jornalista Xico Sá fazia no programa Cartão Verde da TV Cultura, e legais algumas poucas crônicas que lia. Até que um dia, por forte indicação, comecei a ler mais crônicas desse escritor, e achei sensacionais suas divagações e filosofias de buteco. O assunto dos escritos costumam ser, como já diria o próprio autor “jornadas psicanalíticas femininas em balcões de botequins” misturando o que aprendeu com as dores amorosas de vários artistas, de Leonard Cohen a Waldick Soriano.

Como um “Guru” dos relacionamentos modernos, Xico Sá divide os homens hj em três tipos: a) O macho-jurubeba é o homem à moda antiga, cavalheiro, porém ainda machista; b) O macunaEmo é o macho brasileiro moderno por excelência: é sensível, chora muito, é amigo, mas é preguiçoso até sexualmente, não tem a pegada e a selvageria do jurubeba e c) O doce cafajeste ou cafa-lírico. Este é o tipo antigo, mas sempre renovável, o eterno conquistador, mas quase sempre claro, explícito, não costuma cometer fraudes amorosas; as mulheres sabem com quem estão lidando e aceitam assim mesmo.

O trecho abaixo foi retirado de um post do blog O Carapuceiro. Nele Xico Sá (sempre de maneira direta) lista “Dez coisas que um homem feio deve saber para tirar mais proveito da vida, essa ingrata”. Como este blog é composto apenas por homens (tá, tem o Modes, mas não vamos discriminá-lo aqui né?!), acho que é uma boa, principalmente para os mais "afrescalhados" como a Vovó:

1) Que a beleza é passageira e a feiúra é para sempre, como repetia o mal-diagramado Sérge Gainsbourg – o tio francês que pegava a Brigitte Bardot e a Jane Birkin, entre outras deusas. Sim, aquele mesmo francês cabra-safado autor do maior hino de motel de todos os tempos, “Je t´aime moi non plus” , claro.

2) Que as mulheres, ao contrário da maioria dos homens, são demasiadamente generosas. E não me venha com aquela conversinha miolo-de-pote de que as crias das nossas costelas são interesseiras. Corta essa, meu rapaz. Se assim procedessem, os feios, sujos e lascados de pontes e viadutos não teriam as suas bondosas fêmeas nas ruas. Elas estão lá, bravas criaturas, perdendo em fidelidade apenas para os destemidos vira-latas.

3) Que o feio, o mal-assombro propriamente dito, saiba também e repita um velho mantra deste cronista de costumes: homem que é homem não sabe sequer a diferença entre estria e celulite.

4) Que mulher linda até gay deseja e encara, quero ver é pegar indiscriminadamente toda e qualquer assombração e visagem que aparecer pela frente.

5) Que homem que é homem não trabalha com senso estético. Ponto. Que não sabe e nunca procurou saber sequer que existe tal aparato “avaliatório’’do glorioso sexo oposto.

6) Que as ditas “feias” decoram o Kama Sutra logo no jardim da infância.

7) Que para cada mulher mal-diagramada que pegamos, Deus nos manda duas divas logo depois de feita a caridade.

8) Que mulher é metonímia, parte pelo todo, até na mais assombrosa das criaturas existe uma covinha, uma saboneteira, uma omoplata, um cotovelo, um detalhe que encanta deveras.

9) Que me desculpem as muito lindas, mas um quê de feiúra é fundamental, empresta à fêmea uma humildade franciscana quase sempre traduzida em benfeitorias de primeira qualidade na alcova.

10) Saiba, por derradeiro, irmão de feiúra, que a vida é boxe: um bonitão tenta ganhar uma mulher sempre por nocaute, a nossa luta é sempre por pontos, minando lentamente a resistência das donzelas. Boa sorte, amigo esteticamente prejudicado, nesse grande ringue da humanidade!

Meu filho Bela, como herdou minha falta de beleza, foi criado a risca nesses “Dez mandamentos do homem mal-diagramado”. Por isso se tornou o terror dos namorados (ou das tchutchuquinhas, como ele diz).**

Para quem acha que esse é um post pagando pau para um jornalista, segue abaixo uma entrevista em que Xico fala sobre o que ele acha desses profissionais.


Não gostou do post? Não gosta da mulher só porque ela tem celulite, estrias, ou usa mochila? É MacunaEmo? A mão na sua cara!



*“Modos de macho e modinhas de fêmeas” é o nome de um dos livros de Xico Sá.

**Devo dar os devidos méritos à babá João Menny, por passar todos os ensinamentos do Jece Valadão para meu filho.


terça-feira, 18 de maio de 2010

A "indústria da morte"

O post não é sobre a indústria de cigarro, como muita gente poderia pensar. A minha idéia é que existe uma indústria ligada a morte, cemitérios, funerárias, lanchonetes, fabricantes de caixões, etc, e nem por isso todo mundo critica. Talvez escrever esse post logo após o “Chega de campanhas anti-fumo” fique parecendo que estou tentando defender a indústria do cigarro, mas não é. O que me deixa p#@$ é que muita gente vai na onda de criticar determinados setores sem parar para pensar (ex: cigarros, bebidas, bancos, extrativas...). Não acho que eu esteja totalmente certo, e devem ter muitos argumentos contrários a mim.

A idéia veio quando, recentemente, fui a um enterro. Naturalmente, o clima estava pesado, e pouca gente com cabeça para pensar em outras coisas que não o falecido. Mas resolvi e beber uma água, e fui até a lanchonete. Ai começou tudo. O atendimento da lanchonete era bem semelhante ao da cantina da FACE. Quando fui pagar a garrafinha de água é que complicou, R$ 3! Quando saí vi que ao lado da sala do velório tinha um senhor numa mesa (bem no meio do caminho) escrito “Vendas”. Ele negociava caixões e o local de enterro. Claro que ele não precisava estar ali, afinal quem está sendo velado jê tem tudo isso pronto, ele poderia ficar na administração.

Até ai são só certas “indelicadezas” com os parentes e amigos dos mortos, mas fui conversar com um amigo que tinha acabado de enterrar a sogra. O preço total do serviço foi mais de R$ 6 mil. Não entrei em muitos detalhes, mas soube que foi R$ 4000 de caixão* e R$ 600 da lápide de granito (bem pequena). E é claro que na hora do desespero ninguém vai negociar, imagina, “Da um desconto ai, ninguém gostava muito dele!” ou “É só um morto, 10% pra pagamento a vista?”.

Fui dar uma pesquisada rápida sobre o assunto, mas fiquei sem paciência, muita enrolação nos sites e pouca informação. No entanto algumas coisas me chamaram a atenção. Neste site tem planos funerários, você pode escolher, o Plano Individual, o Empresarial, o Igreja e o Familiar, para a família toda, que comodidade não? E também encontrei esse comercial, que até agora estou na dúvida se é uma comédia ou se é sério. Resumindo, tem muita gente lucrando com a morte que não é a indústria de cigarro, e ninguém fala nada.


Agora voltando a realidade, por mais que esse tipo de coisa seja desagradável, ou que muita gente ache escroto, é claro que tem que ter serviços funerários, e mão de obra para isso também. Assim como tem que ter na indústria do tabaco, na alcoólica, na automotiva, na igreja, etc. Não penso que eles são uns babacas, como tentei induzir acima, eles tem mercado e estão ocupando. Infelizmente precisa de alguém para fazer esse serviço. Minha idéia era só mostrar como é fácil ficar falando besteira e culpar os outros pelos serviços que nós não queremos fazer.

Não gostou? A mão na sua cara! E vai enterrar seus parentes no quintal!

* Estou certo de que se você pedisse para uma empresa de móveis (de um amigo meu) fazer o caixão ia sair bem mais barato. Não vou falar o nome porque ficaria parecendo merchandising pra Stile Móveis. Mas de certa forma eles não fariam, porque não mexem com isso. Ao não ser que você pedisse uma caixa para guardar um homem. Talvez eles nem desconfiariam que se trata de um caixão.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Chega de campanhas anti-fumo

Pelo título parece uma idéia absurda, ou contraditória, uma vez que sou contra o cigarro. Principalmente em lugares fechados e restaurantes, fedem e fazem mal. Não que eu esteja preocupado com a saúde de quem fuma, mas com a minha.

Mas de uns tempos para cá a campanha contra o cigarro, uma das drogas lícitas, vêm aumentando consideravelmente. Basta ver a quantidade de municípios com lei anti-fumo, a quantidade de bares e boates onde fumar está sendo proibido, os espaços reservados para fumantes, as campanhas de publicidade sensacionalistas, etc. Se fosse exclusivamente pelo cigarro, estaria muito feliz com tudo isso, até com as campanhas publicitárias, mas a questão é: Quando, e se, o consumo do cigarro for realmente reduzido ou restringido a locais privados, qual será o foco desse, agora, "exército" sem causa? A bebida alcoólica!

Está certo que as campanhas contra a bebida são muito mais brandas e restritas, mas veja a liberdade de beber que tinham nossos pais e a que temos agora. Feliz era meu pai, que podia beber num bar sem se preocupar com blitz, podia ir ao Mineirão ver a seleção celeste e enquanto isso tomar uma cervejinha, podia comprar a cerveja do fim de semana da drogaria (está certo que isso só na cidade dele) e aí vai! Não estou entrando no mérito se essas são campanhas válidas ou não, estou apenas citando que a liberdade era maior. Agora veja esta reportagem, o famoso "bafômetro" pode ser usado para pedestres também, a fim de se evitar acidentes. Mais uma vez, não estou dizendo que isso não tenha efeito.

Mas voltando a questão, melhor ter o cigarro com o centro das atenções do que não tê-lo. Enquanto tiver cigarro para os médicos, igrejas, vereadores, deputados, senadores, ministério da saúde e outros mais se preocuparem, nós que não fumamos, mas bebemos, estamos a salvo.

Duas considerações:

1) Sei que o lobby da bebida é muito maior, movimenta muito mais setores que o cigarro. Mas o cigarro também já foi forte.

2) Algumas tendências, como a própria reportagem, são internacionais e nada garante que se tornem tendências aqui também.

E segue a única campanha anti-fumo que deu certo:


O raciocínio é ridículo? É, mas o post é meu. Não gostou? A mão na sua cara! E um Roundhouse Kick do Chuck no nariz!
Agradecimento ao menino modes pela breve revisão

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Os comunistas de boteco foram flagrados

Depois de anos tentando decifrar a mente dos comunistas de boteco, eis que me apresentam um flagrante esclarecedor. Agora entendo melhor o funcionamento da cachola desses agitadores. Veja você mesmo!

Enquanto isso, no pacato recôndito dos comunistas de boteco...


Se você é um comunista de boteco e agitador marxista, "O Capital" na sua cara!! E a mão feroz também!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Para descontrair um pouco...

Fica nossa homenagem a todas as "mulheres lindas e trabalhadoras desse Brasil do malandro"! Um belo samba, com melodia, poesia e cantado pelo ícone Neguinho da Beija-Flor. Sorte a nossa ter uma pessoa como essa para podermos mostrar para o mundo inteiro o que temos de melhor, o samba e a mulher. Que maravilha!




Para quem tiver dificuldade de acompanhar a música, segue a letra, ou melhor, a poesia:

"Olha a mulherada ai gente!
Mulher (x14)
A mulher é a mulher (x4)
É a mulher, é a mulher, é a mulher

Melhor que uma mulher, só 10 mulher, só 10 mulher
Melhor que 10 muié, só 1000 muié, só 1000 muié

Uma muié, duas muié, três muié, quatro muié
cinco muié, seis muié, sete muié, oito muié
nove muié é dez muié

Mulher (x14)
Alô rapaziada, só os espada! Vamo cantar!

A mulher é a mulher (x4)
É a mulher, é a mulher, é a mulher

Melhor que uma mulher, só 10 mulher, só 10 mulher
Melhor que 10 muié, só 1000 muié, só 1000 muié

Uma muié, duas muié, três muié, quatro muié
cinco muié, seis muié, sete muié, oito muié
nove muié é dez muié"

Os devidos créditos ao meu amigo Wood por ter me apresentado essa obra prima... Obrigado!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A distorção boba dos jornalistas

Alguns meses atrás meu filho Bela, perspicaz que só ele, a partir de uma reportagem que viu na super interessante sugeriu que o mercado possui uma “mão boba”, e este fato representaria uma falha de mercado por causar uma seleção adversa no mercado de trabalho. A pertinência do post do meu filho foi confirmada alguns dias depois quando ele viu no jornal da globo uma reportagem a respeito do estudo da London School of Economics que afirmava a existência de um “capital erótico”. Bela então questionou se essa não seria uma variável relevante ignorada pela teoria econômica.

Os posts são excelentes (meu filho me mata de orgulho!) e recomendo a todos ler mais de uma vez. Porém o Bela cometeu um grande deslize: Ele se baseou em textos e reportagens feitos por jornalistas. E esses seres distorcem mais os fatos que a mente esclerosada da Vovó consegue fazer em seus posts de panfleto comuna.

O estudo citado pelo jornal foi escrito por uma socióloga (Catherine Hakim). No artigo Hakim inicia citando os tipos de capital já aceito pela comunidade científica em geral: a) Capital cultural (quantidade de informação acumulada); b) Capital Humano (qualificação educacional e profissional); c) Capital social (referente a rede de relacionamento e influência que uma pessoa possui). A partir dessa revisão, afirma a existência do Capital Erótico que seria dividido em 7 aspectos: 1) Beleza, 2) Atratividade sexual (charme, sex appeal), 3) Atratividade Social (ser bem quisto), 4) Vivacidade (bom humor) , 5) Apresentação (roupa, jóias, etc. Nesse ponto ela até destaca a questão da sinalização de status social), 6) Sexualidade (Habilidades na hora do sexo, libido, imaginação erótica, etc.) e 7)Fertilidade (válido apenas para mulheres). Ao longo do texto, Hakim destaca que a importância do capital erótico varia de acordo com a cultura dos povos, e da área que se analisa. A própria autora ressalta muito mais o impacto do capital erótico sobre relações amorosas (como uma medida do poder de barganha que a pessoa possui em um flerte, namoro, casamento, etc.) que o impacto sobre a economia.

Portanto o capital erótico é muito mais amplo que apenas a altura, beleza ou rosto barbeado, como foi colocado na Super Interessante. Apesar de utilizar a palavra “capital”, o conceito tem mais impacto para a sociologia que para a economia, ao contrário do ressaltado pela reportagem do jornal da Globo. Ou seja, o mercado tem sim suas falhas, mas são limitadas e conhecidas. Já na interpretação dos fatos por parte dos jornalistas, as falhas são constantes, ilimitadas, e quando você acha que não pode piorar eles sempre arrumam um jeito de distorcer os fatos e criar uma manchete para “bate-trouxa” (a Super Interessante é expert nisso).

Além do mais, o conhecimento das facilidades geradas pela presença de capital erótico já tinha sido notada e resumida com muito mais propriedade por um dos maiores aforistas da atualidade, o Gari. Lembro de ter presenciado a bela Malu de meias elogiar um rapaz, que mesmo sendo desconhecido, a ajudou a resolver um problema com extrema presteza e boa vontade. Gari, ao escutar tal relato, sentiu o sangue ferver, e como quem parecia que iria ter um ataque do coração, com seu jeito zangado e voz de locutor de rádio AM, disse :“Malu-de-meias, você não sabe a complexidade das relações humanas”.

Mais uma vez parabenizo meu filho por trazer assuntos interessantes ao blog. Porém não se pode achar que todas as variáveis devem ser incluídas na teoria econômica. E eu não acredito que análises a respeito do capital erótico sejam relevantes na formulação de políticas macroeconômicas para o mercado de trabalho. Ou mesmo tenham impactos relevantes sobre ações dentro das firmas. Para a elaboração de políticas que gerem efeitos positivos e permanente sobre nível de preços, salários, emprego, a economia não pode entra muito no “lero-lero” da sociologia. A análise é direta com as variáveis estritamente necessárias. (O papo tem que ser reto Modes! Sem meias palavras Modes.). Nem todo tipo de capital (ou valor) é importante.



A mão do Bela é boba (mas ele conversa com ela para se comportar). A mão do mercado nem tanto. E a minha mão vai na sua cara se você não gostou do post, confunde sociólogo com economista e não gosta da tirinha da Mafalda!